25 de junho de 2012

[Cantinho Literário] Especial Machado de Assis


Essa semana será uma singela homenagem ao mestre da literatura brasileira e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Maria Machado de Assis, ou simplesmente Machado de Assis, que  faria aniversário na última quinta-feira dia 21 de junho.

Filho de Francisco José de Assis, um mulato que pintava paredes, e Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira portuguesa dos Açores, nascido em 21 de junho de 1989, o menino pobre do morro do livramento, no Rio de Janeiro, não terminou os estudos, parou de estudar na quarta para quinta série, ao menos pisou em uma universidade e aos 10 anos de idade Machado de Assis fica órfão de mãe e seu pai viúvo tão logo perdera a esposa casou-se com Maria Inês da Silva em 18 de junho de 1854, que cuidaria do garoto quando Francisco viesse a morrer um tempo depois.

Mas sua ambição pela literatura era tanto, que mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
Machado de Assis, sempre obteve paixão pela literatura e isso fez com que ele torna-se jornalista, mesmo não tendo ensino superior, pois nesta época também não existia faculdade de jornalismo e também Machado não tinha nem mesmo o ensino completo, mas sua ganância era maior e o fez escrever para diversos periódicos, como Marmota Fluminense (Rio de Janeiro), O Paraíba (Petrópolis, RJ),Correio Mercantil (Rio de Janeiro),O Espelho (Rio de Janeiro), Diário do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Semana Ilustrada (Rio de Janeiro), O Futuro (Rio de Janeiro), Jornal das Famílias (Rio de Janeiro), O Globo (Rio de Janeiro),Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro),(Rio de Janeiro),Revista Brasileira (Rio de Janeiro),A Estação (Rio de Janeiro) e o Jornal do Commercio (Rio de Janeiro).


Fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono. Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, foi inspirada na Academia Francesa, que o grupo de intelectuais da Revista Brasileira idearam e fundaram, em 1897, junto ao entusiasmado e apoiador Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, com o objetivo de cultuar a cultura brasileira e, principalmente, a literatura nacional.
Unanimente, Machado de Assis foi eleito primeiro presidente da Academia logo que ela havia sido instalada, no dia 28 de janeiro do mesmo ano. Como escreve Gustavo Bernardo, "Quando se fala Machado fundou a Academia, no fundo o que se quer dizer é que Machado pensava na Academia. Os escritores a fundaram e precisaram de um presidente em torno do qual não houvesse discussão." No discurso inaugural, Machado aconselhou aos presentes: "Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles os transmitam também aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira."
Foi casado com a jovem simpática e culta Carolina Augusta Xavier de Novais, em que permaneceram casados até a morte de sua esposa em 1904, ela era portuguesa, mas faleceu no Rio de Janeiro ao lado de seu marido, que eles não tiveram filhos, mas pós a morte de Carolina, Machado de Assis escreveu um poema em homenagem a seu grande amor, veja o poema logo abaixo:


A Carolina

Querida! Ao pé do leito derradeiro,
em que descansas desta longa vida,
aqui venho e virei, pobre querida,
trazer-te o coração de companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
que, a despeito de toda a humana lida,
fez a nossa existência apetecida
e num recanto pôs um mundo inteiro...
Trago-te flores - restos arrancados
da terra que nos viu passar unidos
e ora mortos nos deixa e separados;
que eu, se tenho, nos olhos mal feridos,
pensamentos de vida formulados,
são pensamentos idos e vividos.


Mas com a morte de sua esposa, o jornalista e escritor, entra em uma depressão profunda e em 1906, escreve seu último testamento. O primeiro, escrito em 30 de junho de 1898, deixava todos seus bens à esposa Carolina. Com a morte dela, pensou numa partilha amigável com a irmã de Carolina, Adelaide Xavier de Novais, e sobrinhos, efetuando este segundo e último testamento em 31 de maio de 1906, instituindo sua herdeira única "a menina Laura", filha de sua sobrinha Sara Gomes da Costa e de seu esposo major Bonifácio Gomes da Costa, nomeado primeiro testamenteiro. Em suas últimas semanas, Machado de Assis escreveu cartas a Salvador de Mendonça (7 de setembro de 1908), a José Veríssimo (1 de setembro de 1908), a Mário de Alencar (6 de agosto de 1908), a Joaquim Nabuco (1 de agosto de 1908), a Oliveira Lima (1 de agosto de 1908), entre outros, demonstrando ainda estar lúcido.

E no dia 29 de setembro de 1908, às 3h20 da manhã, no Rio de Janeiro, cidade em que nasceu e viveu, morre Machado de Assis de na boca, mas em sua certidão de óbito relata que morrera de arteriosclerose generalizada, incluindo esclerose cerebral, o que, para alguns, figura questionável pelo motivo de mostrar-se lúcido nas últimas cartas já relatadas.
Confira as obras que o mestre escreveu e nos deixou para continuarmos a levar o nome e as obras dele para as futuras gerações, pois seus livros, poemas e versos, podem ser antigos, mas ainda continua mais atual como nunca.

Romances
Ressurreição, (1872)
A mão e a luva, (1874)
Helena, (1876)
Iaiá Garcia, (1878)
Memórias Póstumas de Brás Cubas, (1881)
Casa Velha, (1885)
Quincas Borba, (1891)
Dom Casmurro, (1899)
Esaú e Jacó, (1904)
Memorial de Aires, (1908)

Coletânea de Poesias
Crisálidas, (1864)
Falenas, (1870)
Americanas, (1875)
Ocidentais, (1880)
Poesias Completas, (1901)
Coletânea de contos
Contos Fluminenses, (1870)
Histórias da Meia-Noite, (1873)
Papéis Avulsos, (1882)
Histórias sem Data, (1884)
Várias Histórias, (1896)
Páginas Recolhidas, (1899)
Relíquias da Casa Velha, (1906)

Peças de teatro
Hoje Avental, Amanhã Luva, (1860)
Queda que as mulheres têm para os tolos, (1861)
Desencantos, (1861)
O Caminho da Porta, (1863)
O Protocolo, (1863)
Teatro, (1863)
Quase Ministro, (1864)
Os Deuses de Casaca, (1866)
Tu, só tu, puro amor, (1880)
Não Consultes Médico, (1896)
Lição de Botânica, (1906)

Contos selecionados
"A Cartomante"
"Miss Dollar"
"O Alienista" (†)
"Teoria do Medalhão"
"A Chinela Turca"
"Na Arca"
"D. Benedita"
"O Segredo do Bonzo"
"O Anel de Polícrates"
"O Empréstimo"
"A Sereníssima República"
"O Espelho"
"Um Capricho"
"Brincar com Fogo"
"Uma Visita de Alcibíades"
"Verba Testamentária"
"Noite de Almirante"
"Um Homem Célebre"
"Conto de Escola"
"Uns Braços"
"A Cartomante"
"O Enfermeiro"
"Trio em Lá Menor"
"O Caso da Vara"
"Missa do Galo"
"Almas Agradecidas"
"A Igreja do Diabo"






É isso ai, espero que que tenha gostado da homenagem, póstumas, mas 'tá valendo', para o mestre Joaquim Maria Machado de Assis que foi e é um dos grandes incentivadores para  muitos jornalistas e escritores.

Boa semana a todos e boa leitura

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...