20 de fevereiro de 2014

[Cabine da Pipoca com tudo novo] A comédia francesa invadindo OBC


Salve salve galerinha fãs da sétima arte da cultura, estamos começando a nossa editoria de cinema na quinta-feira, mas não é porque esquecemos de algum texto ou estamos adiantando pauta, pelo contrário, agora cinema aqui na nossa embarcação, será toda as quintas-feira, por isso podem anotar na agendas de vocês.

Falando em mudanças, por aqui no O Barquinho Cultural, já passaram diversas pessoas, algumas fazem faltam, como a fofa foquinha Estela Marques (Estelinha), outras pessoas nem tanto e alguns que só apareceram para avacalhar e 'zoar' com as editorias do site, mas estamos com colunista novo por aqui, ele não irá publicar 'quase' todas as semanas, pois ele já tem seu site sobre cinema e também seus afazeres do dia-a-dia.

O novo colunista que adentra em nossa embarcação é o paulistano Fabio Astaire, um virginiano que adora cinema, fotografia, viajar e conhecer novas culturas e pessoas. Com o olhar clínico para as artes visuais e quase um bom entendedor de cinema, ele embarca com a gente trazendo lançamentos, trilhas sonoras, histórias, entre diversas coisas da sétima arte.

Para começar a estadia do Fábio aqui no OBC, ele trouxe para gente um filme francês, em sua época que estava no auge de sua independência, Playtime - Tempo de Diversão (1967). O filme apresenta uma forma bem humorada a interação social com a modernidade e ainda acrescentar o turismo em seu país como principal tema de reflexão.

Playtime é o quarto filme escrito e dirigido por Jacques Tati, do qual continua a atuar como seu adorável personagem Monsieur Hulot em suas inusitadas aventuras pela cidade de Paris. Num período em que o cinema francês está no auge de sua independência, ele também aproveita o movimento para expressar seu ponto de vista critico ao discutir de forma bem humorada a interação social com a modernidade e ainda acrescentar o turismo em seu país como principal tema de reflexão.

Tati não se importa com interpretação dramática de seus personagens, mas sim com sua movimentação transeunte entre prédios e ruas aos passos de Hulot. Um pacato e desajeitado senhor, no estilo Charles Chaplin, que se perde em engraçadas situações provocadas por sua interação lacônica.

A trama, que se inicia amena e se agita gradativamente até perder o controle, basicamente apresenta o turista americano não tão interessado em conhecer uma cultura diferente da sua. Os grandes centros turísticos são substituídos por uma metrópole aglomerada de arranha-céus construídos apenas para oferecer o consumo de produtos inúteis importados. Por outro lado, os franceses vivem neste ambiente provido de seus trabalhos e se generalizam entre meios de transporte lotados e monótonas casas salvas por aparelhos de televisão.

Onde todos são cinza, o que chama atenção são as fachadas do comércio em neon e o bom humor do protagonista ao administrar de forma desastrosa seus conflitos com os mais diversos tipos de figuras até lhe sobrar tempo para um tímido romance. Sua genialidade é evidente ao transformar extensas cenas num caos social, quando cada quadro pode mostrar mais de um ponto de vista pra deixar qualquer expectador tão confuso quanto parece.

Apesar de ser um longa de 1967, seu questionamento nunca foi tão atual quanto no momento presente. Primeiramente ele ironiza a sociedade influenciada por um mercado tecnológico proposto a solucionar todos os pequenos problemas sem a real necessidade. Por conseqüência, muitas coisas banais são feitas sem que as pessoas percebam a realidade condicionada. É como curtir um congestionamento de carros em outro país com a ideia de brincar num carrossel surreal.

Título original:  Playtime
Diretor:   Jacques Tati
País: França
Categoria: Comédia
Ano:  1967
Atores:   Jacques Tati, Barbara Dennek, Rita Maiden, France Rumilly, France Delahalle, Valérie Camille, Erika Dentzler, Nicole Ray, Yvette Ducreux, Nathalie Jem, Jacqueline Lecomte, Oliva Poli, Alice Field, Sophie Wennek, Evy Cavallaro
Avaliação:   9,0



Sinopse:   O senhor Hulot (Jacques Tati) tem que se encontrar com um oficial americano em uma versão high-tech de Paris, mas acaba por se perder no meio do labirinto urbano que a moderna e fria arquitetura causou. Seguindo uma excursão turística de americanos, ele anda pela cidade procurando traços de humanidade e cor em uma metrópole futurista e cinzenta.

Confira abaixo o trailer de 'Play Time - Tempo de Diversão", de Jacques Tati (1967):


Isso ai pessoal até semana que vem com mais Cabine da Pipoca, mesmo se o Fabio não tiver texto algum para nos enviar, nos estaremos aqui, sempre apostos, publicando algum lançamento ou especial da arte cinematográfica para toda a nossa tripulação.

Por Fabio Astaire [Cinema Com]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...