4 de novembro de 2013

[Cantinho Literário] A bibliotecária dos lixões da periferia de Alagoas

Mas uma vez aqui em nossa navegação, estamos divulgando e expandindo mais a cultura literário, como montar bibliotecas, com livros de doações, próprios, ou até mesmo achando em lixões, que pode encontrar diversos livros e até montar uma biblioteca, como fez a catadora de lixo, Babilônia Bezerra. 

Babi, qual é carinhosamente conhecida e chamada entre os moradores, conseguiu resgatar, desde o início deste ano até agora, 1.980 livros jogados nas ruas e montar uma biblioteca particular em sua humilde residência.

“Achar livro nas ruas é tarefa fácil, e o melhor lugar é na beira da linha férrea, onde as pessoas jogam lixo e livros que não querem mais usar”, revela a catadora de materiais recicláveis.

Babi é moradora do Conjunto Valentim, no bairro Canafístula, numa das localidades mais carentes e com altos índices de violência da cidade, ela é casada com um pedreiro e mãe de quatro filhas e no meio de depósitos de lixo espalhados em diferentes bairros de Arapiraca, ela achou diversos livros e montou sua própria biblioteca.

A catadora, que estudou até aos 14 anos e ao menos concluiu o Ensino Funtamental, é considerada uma semi-analfabeta e  revela que o amor e o gosto pela leitura podem ultrapassar barreiras sociais e transformar a vida de toda uma comunidade, para manter o seu ideal, com a coleta de livros perdidos, Babi conta que modificou toda a estrutura de sua casa para armazenar o rico acervo retirado do lixo. Apenas com a ajuda do marido e das filhas, a catadora de materiais recicláveis utilizou catou também no lixo vários guarda-roupas para improvisar a construção da biblioteca e guardar todos os livros.

O espaço reservado aos livros, é administrado por ela mesmo e é visitado por várias pessoas, que algumas preferem levar os livros para a casa, enquanto os outras, aproveitam do espaço para colocar a leitura em dia, porém Babi está sem condições de ampliar a biblioteca e por isso, faz doações de alguns livros para moradores da comunidade onde mora. “A casa começou a ficar pequena. Tivemos de retirar as camas e dormir todo mundo em colchões”, relata.

O acervo de 1.980 livros, a catadora de lixo já entregou 1.400 títulos, ficando em sua casa ainda mais de 500 exemplares dos mais variados gêneros literários.

Babi explica que conseguiu um emprego em uma escola da rede municipal, e agora tem pouco tempo para procurar livros nas ruas da cidade, mas mesmo assim ainda continua achando exemplares jogados nos depósitos de lixo.

Apesar de ter resuzido seu acervo pessoal, fazendo doações da maior parte dos livros encontrados nas ruas de Arapiraca, o grande sonho da catadora é montar uma biblioteca comunitária onde mora, pois depois de anos de experiência, de ter casado aos 14 anos de idade, deixado de estudar, ela comenta.

“Queria ter dinheiro ou ajuda de alguém para bater uma laje e construir um espaço em cima da minha casa para construir uma biblioteca comunitária”. A catadora Babi Bezerra resume os seu amor pelos livros com a seguinte frase: “Você aprende a escrever, mas não escreve sem ler”.

Clique aqui e veja o perfil de Babi Bezerra no Sonico.com.br; 

CURIOSIDADES:

Estudo mostra que brasileiro lê apenas um livro por ano, Segundo a bibliotecária Wilma Nóbrega, uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro revela que a média de leitura da população brasileira é de apenas 1,3 livros por ano, percentual abaixo da Colômbia, com 2,4 livros.

Ela diz que esse número é considerado baixo, em comparação com outros países, a exemplo dos Estados Unidos, cuja média anual é de 5,1 livros.

Wilma Nóbrega acrescenta que a França tem uma das maiores médias, com sete livros lidos por ano por pessoa.

Ainda de acordo com a bibliotecária, para incentivar o gosto pela leitura, o Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Educação lançou, no ano de 2006, o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).

“As ações estão sendo desenvolvidas em todo o país, inclusive aqui em Alagoas, que vem registrando uma elevação significativa de projetos e programas de incentivo e estímulo pela leitura”, destaca.

Ela cita como exemplos a realização da Bienal do Livro, em Maceió, e um projeto que está sendo ampliado na cidade de Arapiraca, com as Arapiraquinhas, que são bibliotecas digitais de bairro.

No município já foram implantadas seis unidades, na área urbana e também na zona rural.

“Esta semana, mais dois espaços de incentivo à leitura foram construídos nas comunidades rurais de Vila São José e Bananeiras”, salienta Wilma Nóbrega.

As bibliotecas Arapiraquinhas contam com um espaço multicultural que disponibilizam o acesso à informação através do seu acervo composto por livros, periódicos, CDs, DVDs, mapas, jogos, acervo em braille e à Internet.

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