24 de novembro de 2012

Cabine da Pipoca

por Estela Marques

Cena do filme. Pierre e Katya num dos momentos de discussão no apartamento da atriz.
Divulgação

Há mais ou menos uma semana, estava na solidão do meu apartamento vazio, arrodeada de silêncio e calmaria, enquanto procurava algo interessante na televisão. Busquei os canais abertos, nada. Tentei os canais de filmes, nada também. Não desisti e fui buscar algo educativo num desses canais apropriados: Canal Brasil, Tv Cultura, Tv Brasil e acabei parando no Futura. Venho buscado maiores contatos com tudo que se relaciona a Jornalismo e Comunicação e encontrei algo do tipo no canal 8 da Sky. Entrevista (2007) era o nome do filme.

A história é a seguinte. O jornalista Pierre Beders (Steve Busceni), acostumado a cobrir política, é designado a entrevistar uma famosa atriz de novelas/seriado, Katya (Sienna Miller). Inconformado e ofendido com a pauta que seu editor havia lhe dado, Pierre adota uma postura extremamente antiprofissional com a atriz, tratando-a com desdém e subjugando-a por conta do seu trabalho. Não pra menos, Katya trata o jornalista com comportamento semelhante àquele que ele destinara a ela e com isso a noite que deveria ser produtiva para ambos acaba não tendo utilidade alguma; não passou de uma perda de tempo.

Passaria, se não fosse o acaso e os levasse até o apartamento de Katya. Lá, dá-se um jogo de sedução entre ambos. Um misto de sensualidade, arrogância, indiferença, mistério e antiética profissional pairava o ambiente. Katya insistia na fuga às perguntas de Pierre, sugerindo até que ele buscasse informações sobre ela num desses sites de pesquisa, mas ele foi além. Invadiu seu espaço mais privado, encontrou confissões da garota e as salvou no seu aparelho eletrônico (não sei ao certo se era uma agenda eletrônica, um palm-top, um celular). Tentando obter respostas de Katya, assumiu que tinha lido seu diário no computador, contou-lhe sobre seus próprios segredos e assumiu, enquanto estava sendo filmado, que forjava fontes e informações em suas matérias sobre política.

O final do filme é surpreendente e todo ele traz uma lição importante acerca do papel do jornalismo e do jornalista no mundo. Sabe-se que é contra o Código de Ética dos Jornalistas desrespeitar a intimidade da fonte, bem como a produção e divulgação da informação sem esta ser pautada pela veracidade dos fatos, mas Pierre Benders desrespeita estas e mais outras diretrizes do código. Vale a reflexão para nós, futuros (e) jornalistas, sobre o exercício da nossa profissão; fica a atenção pra você, cidadão comum, que é quem filtra e credibiliza as informações recebidas.

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