14 de maio de 2012

Cantinho Literário


Para quem é curioso e quer saber o mundo habitual de todos e o porque do autor escrever um livro sobre o cotidiano das pessoas, não pode deixar de ler "O Evangelho dos loucos", do jovem autor Gabriel Viviani, um paulistano com seus trinta e poucos anos, que apesar de jovem, tem uma grande bagagem literária e grandes influências nesta área.
Então, confiram a entrevista do Gabriel nos concedeu esta semana e conheça um pouco deste amante por literatura, sobre suas obras e suas influências.

1. O que é ser literário para você?


No meu caso, é quase uma obsessão. Não posso dizer que a literatura tenha sido uma escolha na minha vida, que decidi ser escritor num determinado momento. Não. A literatura se impôs, e, em muitos sentidos, é apenas como escritor que eu consigo imaginar a mim mesmo. A vocação literária me domina inteiramente, e eu não saberia viver sem ela.


2. Arte e literatura, o que isso significa para você?

Literatura é, ou deveria ser, arte. Mas, em muitos aspectos, o caráter artístico da literatura tem sido desprezado, e as obras estão, cada dia mais, se adaptando às necessidades do mercado. Há claramente um processo de mediocrização da literatura. E as próprias editoras têm colaborado com isso, optando pela publicação de obras mais simples, mais palatáveis ao público, e evitado publicar outro tipo de literatura mais sofisticada.


3. Você acha que as escolas de ensino fundamental e médio, estão fraquejando no ensino literário? O que falta para reverter essa situação? 

A questão do ensino da literatura no Brasil é a questão do ensino como um todo. Quais os objetivos da educação brasileira? Querem formar os alunos para que sejam bons cidadãos ou para que sejam bons profissionais, adequados às necessidades do mercado. Mas isso é errado, tanto no que diz respeito à visão ideológica dessa pedagogia quanto à visão mercadológica, digamos assim. Quando os pedagogos formam bons cidadãos ou quando formam bons profissionais, estão usando o ser humano como instrumento, como meio de transformação social, e não como finalidade em si mesmo. O objetivo da pedagogia deve ser a formação do ser humano! Educá-lo para que a sociedade seja mais justa ou o mercado mais eficiente é usar o indivíduo como ponte para se alcançar objetivos paralelos. Observem também que, quando entramos especificamente no âmbito do ensino literário nas escolas, percebemos que os alunos são constantemente incentivados a se expressarem, ou seja, a pedagogia toda é alicerçada na ideia de que o aluno deve aprender a “ter voz”. Eis outro equívoco! A grande necessidade hoje é a formação de leitores e não de autores. Os autores, quando são verdadeiramente autores, acabam encontrando o seu caminho, e não é dentro das escolas. Contudo, onde estão os leitores? Onde estão as pessoas com formação suficiente para ler e compreender as obras de Goethe, por exemplo, em comparação com as de Thomas Mann? Isso quase não existe no Brasil. 


4. Qual a sua maior maior inspiração como escritor?

Há alguns autores que me influenciaram bastante. O poeta Bruno Tolentino, por exemplo, com quem tive um contato mais próximo. Outros escritores, como Hermann Hesse e Sándor Márai também foram importantes para a minha formação como escritor.


5. Conte-nos um pouco sobre sua carreira literária?

O Evangelho dos Loucos é o meu primeiro romance. Escrevo desde os treze anos e, deste modo, estudei e pratiquei bastante a literatura. Mas só me senti inteiramente seguro para publicar depois de ter completado trinta anos.


6. Seu livro é o "Evangelho dos Loucos", você acredita que as pessoas que moram em grandes metrópoles, tem um pouco de louco?

Talvez. As metrópoles tem um ritmo diferente e, de certa forma, é mais difícil conservar as raízes familiares vivendo em cidades grandes. As pessoas são mais individualistas, vivem mais para si… É aquela história: você está rodeado por milhões de pessoas e, ao mesmo tempo, está sozinho! Situações semelhantes a essas podem gerar patologias mentais, podem realmente induzir a certos estados de loucura. Quanto ao meu romance, O Evangelho dos Loucos, o protagonista chega mesmo a imaginar a possibilidade de ter enlouquecido. Este um é dos medos mais medonhos que podem ac vocometer o ser humano! É terrível! Contudo, o Glauco Valentim (nome do protagonista), termina conhecendo outro tipo de loucura, a santa loucura, e é precisamente essa que acaba por salvá-lo. 


Para mais informações sobre o livro "Evangelho dos Loucos" e também para ter contatos com o próprio autor, acesse seu site oficial e também as redes sociais de Gabriel.

Twitter @GabrielViviani_

Bom é isso ai, esperamos ter gostado dessa entrevista, que foi a primeira vez fizemos algo desse tipo, aqui no Cantinho Literário..

Boa semana a todos e bom leitura

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