6 de setembro de 2013

[Cabine da Pipoca] Feriado é isso, filminho, descanso....feriado de quê mesmo hein?


Bem que eu queria começar dizendo que encontrei uma série de filmes que contam, com orgulho e seriedade, algo sobre ou exatamente retratam a independência do Brasil. Pois é, mas, salvo por favor  - aqui  - qualquer injustiça minha, eu não achei nada muito sério ou que são fosse uma sátira sobre período imperial e independência.


Calma, eu adorei ver "Carlota Joaquina", princesa do Brasil, interpretada pela, graças a Deus,  maravilhosa, Marieta Severo, dirigido sob muita acuidade e persistência por Carla Camuratti.

É de uma maestria e você até esquece mesmo onde ela está, a sim no Brasil, e foca sua atenção naquela figura marcante que é a esposa de D. João VI, aliás vivido por Marco Nanini ( sim eles também são um casal na comédia em série, A Grande Família).

Confira o making of do longa abaixo:


Mas, críticas à parte sobre repetir casais que deram certo em cena e voltando para a questão ‘Brasil ‘, acredito que essa risada toda sobre nossa independência e sobre o que ‘passamos’ antes dela, é uma reação na telona de como nossos cineastas meio que protestam ou dizem, “ foi uma história feia, que nos deixou marcas até hoje”.

É bem verdade afinal, tivemos um grupo de exilados que nos conduziu durante o império, uma família real foragida de Napoleão e finalmente imperadores no mínimo estranhos. Mas puxa vida, continuei pensando, mas e os norte-americanos e os ingleses? Todo mundo sabe a história da Rainha Elizabeth II, a era de ouro do grande império inglês, e olha que sou fã de Cate Blanchett e de Geffrey Rush. Este último também majestoso como o médico, em "O Discurso do Rei", sobre o rei inglês George e sua gagueira.

Então....ninguém nem se lembra que os ingleses tinham seus piratas, eram um império avassalador no século.... ou mesmo que tiveram reis malucos, gagos, não....tudo fica sob uma névoa de nobreza e para nós brasileiros o que restou a retratar no cinema?

Temos nossa independência de outra forma, tardia de novo, diferente de novo, mas vem através do retrato dos jovens que pensaram um Brasil melhor, que nos fizeram cantar “Que País é esse”, como no retrato do surgimento da banda Legião Urbana, no filme de Antônio Carlos da Fontoura “Somos tão jovens”.

Assista o trailer oficial:


Somos mesmo, talvez a música dessa geração, os artistas que aprenderemos ainda a admirar, os cineastas nacionais que vamos valorizar porque fazem arte com parcos recursos, somos jovens em muitas coisas e ainda podemos rir de nossa história. Podemos reinterpretá-la, só direi que se somos um pouco de Oscar, um pouco É tudo verdade. Somos mistura, nos deixamos aportuguesar ou dar um Google, porque há tanto de pluralidade nesse Brasil, que por mais que o cinema tenha a sátira, há um drama, um romance com a miséria, o medo do futuro, o país do futebol também faz arte, e no bom sentido.


Quando na década de 80, assisti Fernandinha Torres fazer "Inocência" (1983), baseado na obra do romancista regionalista Visconde de Taunay, achei aquele filme tão taciturno, seus poucos diálogos, e um ar sem explicação e eu queria a conclusão. Mas eu achava que não havia, como talvez hoje não vejamos algo de nossa independência, seu processo, como é próprio de quem constrói uma identidade, tanto por fazer. Irônico pensar que Visconde de Taunay foi senador na época imperial, mas como escritor romântico seu foco era destacar a beleza do Brasil, vai entender...


Muito mais de 100 anos depois do nascimento deste escritor, você vai rir com Fernanda Torres amadurecida em Os Normais 1, 2, talvez até permita-se comemorar este feriado vendo um bom filme nacional, critique, fale mal, comente por aí, fale bem, mas veja sua língua, seu dia, aquele olhar familiar, que vem de algum lugar chamado país, e isso é parte da sua história também, por mais estranho que possa parecer!

Por: Fabíola Mello

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...