31 de julho de 2013

[Total Flex] Diário de um peregrino na JMJ Rio 2013


Canoinhas-SC – Bem, coube a mim escrever um pouco sobre a experiência na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro. Então vamos lá!

Saímos de Canoinhas às 18 horas de quinta-feira, 25, e chegamos ao Rio de Janeiro às 11h30 de sexta-feira, 26. Na paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, no bairro Realengo, nosso grupo chegou apenas às 14h. Depois, seguimos ao bairro Santa Cruz. Lá, uma fila de mais de três horas para pegar o kit peregrino, que continha mochila, ticket restaurante, vale transporte, camiseta, boné, livros e um crucifixo. O clima entre os peregrinos era de cansaço e estresse, principalmente por causa da viagem de quase 20 horas. Como o grupo todo foi para Santa Cruz, ninguém conseguiu chegar a Copacabana para a via-sacra prevista para sexta-feira, 26.

Decidimos nos separar em pequenos grupos. Juntei-me a mais seis jovens: Daniele Moreschi, Cristiano Gonçalves Fernandes, Luciane Moreira, Liliane Dziado, Leandro dos Santos e Kelvin dos Santos. Saímos perto das 8 horas de sábado, 27, em direção à igreja Nossa Senhora da Conceição, ainda no Realengo, para pegar o kit de café da manhã.

Com a alimentação em mãos, esperamos o ônibus da linha 393, que passava por ali e chegava até a Estação Central. O ônibus estava lotado de pessoas vestindo camisetas nas cores da JMJ: azul, amarelo, verde e branco. Muita gente. A alegria, no entanto, não foi abalada. Logo começaram a cantar músicas católicas e a fazer brincadeiras com os diversos sotaques dali.

No centro, uma multidão seguia cantando, dançando e aplaudindo. Bandeiras de todos os Estados, de vários países e de vários grupos de jovens. Todos seguiam para Copacabana. Alguns jovens se juntaram em uma barreira de policiais, em uma esquina transversal, para conseguir enxergar o papa Francisco, saindo do Teatro Municipal. Foi rápido. Continuamos seguindo com a multidão.

Juntamo-nos a milhares de jovens que esperavam para pegar o kit da vigília, que daria direito à alimentação da noite de sábado e para a manhã de domingo. A fila era enorme. Comemos um pouco do que tinha no kit do café da manhã – era muita coisa – e seguimos para a Estação de Metrô da Glória. Descemos na Estação Siqueira de Campos, que, depois, saberíamos ser a última estação em Copacabana. Passamos o restante da tarde na praia de Copacabana, ensaiando o flash mob para apresentar ao papa no domingo e com shows católicos de diversos países. Quando a noite chegou, a expectativa maior era a chegada do papa. Quem conseguiu, ficou perto das grades para ver de perto o santo padre. Eram aplausos, gritos, choros, bandeiras sendo jogadas para o papa e crianças tentando chegar até ele.

As danças da vigília não chamaram tanta atenção dos peregrinos quanto os testemunhos dados. Apenas as palavras do papa Francisco eram mais interessantes que isso. Por não saber como o metrô ficaria após a vigília, decidimos sair da praia às 21h30. Era a metade da vigília, no momento do silêncio pedido pelo papa. Tudo parou. Só se ouvia as ondas do mar quebrando perto da praia. Um local lotado e uma serenidade jamais sentida.

No dia seguinte, saímos da paróquia perto das 8 horas. Pegamos um ônibus direto para a Estação Central e, de lá, usamos o metrô. Centenas de jovens andavam na mesma direção. Os voluntários pediam para que a multidão andasse mais rápido, para que todos conseguissem chegar a tempo na missa de envio. Chegamos ao lado do Copacabana Palace às 9h55. A missa começou cerca de 20 minutos depois. Aqueles milhares de jovens dançaram todos juntos para o papa Francisco, em uma coreografia ensaiada por todos, quase sem espaço para todos os movimentos.

Quando o papa anunciou o local da próxima JMJ, de 2016, todos se uniram aos aplausos e gritos de felicidade. Os peregrinos saíram da missa pensando na viagem para Cracóvia, na Polônia, para a 29ª edição da JMJ.

Os peregrinos encontraram dificuldades para retirar os kits. Na sexta-feira, 26, a fila foi de mais de três horas, sem contar que eram apenas dois pontos de entrega em toda a cidade, aumentando ainda mais o fluxo. No sábado, 27, quem pegou o kit da vigília também ficou horas na fila, assim como para usar os banheiros químicos. A estrutura de Copacabana não estava preparada para comportar os jovens. De acordo com uma moradora do bairro Guaratiba, onde seria a vigília e a missa de envio, o terreno escolhido era um pântano, que foi aterrado sem sucesso.




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